PERSONA

ANDRÉ  CARNEIRO

Homem das 7 artes

Um Atibaiano de destaque internacional  

 

Nascido em Atibaia (09/05/1922), filho de Recaredo Granja Carneiro, provedor da Santa Casa de Atibaia e vereador durante muitos anos, diretor do Clube Recreativo e negociante de ferragens e material de construção e da goiana Dna. Engracia de Almeida Carneiro, que foi a primeira funcionária pública do sexo feminino no Estado de Goiás, descendente do bandeirante Bartolomeu Bueno. A mãe de André Carneiro veio jovem para morar em São Paulo (viagem feita montada em cavalo até Minas, sempre em caravanas que pernoitavam nas fazendas, não havia estrada transitável naquele tempo, de Goiás até Minas).  

André Carneiro fez o curso primário na Escola Municipal José Alvim, tendo também tido aulas com a Prof. Aracy Bueno Conti. Com 10 anos de idade foi matriculado, interno, no Colégio Arquidiocesano em S.Paulo, pois não existiam colégios nas cidades do interior, naquele tempo.  Estudou também na Faculdade Alvares Penteado,  e fez outros cursos em outras instituições em diversas matérias.

Iniciou-se no jornalismo, publicando no mesmo dia, uma crônica no O ATIBAIENSE e um artigo na CIDADE DE BRAGANÇA. Pouco tempo depois ganha um prêmio na revista literária “Vamos Ler”, do Rio de Janeiro, com o artigo “O desenho das crianças”. 

Teve larga atuação,  em Atibaia, em diversos setores. Junto com César Mêmolo Jr. fundou e organizou uma Biblioteca Pública, posteriormente doada a Prefeitura Municipal, a qual funciona até hoje. Fundou também, com um grupo de amigos um Clube de Cinema, cuja atividade principal era promover, depois das projeções de filmes artisticamente importantes, uma sessão de debates.

Organizou sessões musicais de música erudita gravada, com comentários didáticos, (em sala da Biblioteca Pública). Foi presidente da Junta Apuradora, em diversas eleições. Diretor social e orador do Clube Recreativo Atibaiano. Diretor do O ATIBAIENSE, onde manteve durante muito tempo uma página literária com importantes colaborações.  

Como nota pitoresca desse período, André Carneiro foi ao Rio de Janeiro entrevistar o grande poeta Carlos Drummond de Andrade. Logo que se apresentou, Carlos Drummond perguntou: “Como vai o Leão Profeta?” (Leão Profeta, de tradicional família atibaiana, era também combativo vereador. A explicação da pergunta é a seguinte: Atrás da página literária do ATIBAIENSE, que era enviada ao poeta, existia uma seção comentando a Câmara de Vereadores e era inevitável aparecer o nome do Leão, que jamais em vida ficou sabendo que Carlos Drummond acompanhava a sua atuação).  

Foi diretor de Cultura e Turismo da Prefeitura, Secretario da Sociedade Amigos de Atibaia (que conseguiu para Atibaia o título de Estância Hidro-Mineral e Turística). Durante a festa dada aos expedicionários atibaianos no fim da Segunda Guerra Mundial, foi o orador oficial. Em 1952 foi nomeado advogado, em um caso de sedução de menor, pelo Juiz de Direito da comarca, conseguindo a absolvição do réu. Secretário do Sindicato da Industria e Comercio (como representante do Sindicato, no Primeiro Congresso da Federação da Industria e Comercio, no SESC de Bertioga, foi o redator da Declaração de Princípios   e autor da proposta, aprovada, do Brasil reativar as relações comerciais com a União Soviética, com grande repercussão na época). 

Sua primeira atuação pública em S.Paulo foi no Primeiro Congresso Brasileiro de Poesia, (que originou a Geração de 45) realizado na Biblioteca Municipal de S.Paulo em 49,  tendo sido eleito secretário e defendido tese, com a presença dos grandes escritores da época, como Oswald de Andrade (que se tornou seu amigo, visitando-o em Atibaia e mesmo escrevendo crônicas sobre o movimento literário atibaiano no “Correio da Manhã” do Rio de Janeiro). 

Com Dulce Carneiro e César Mêmolo Jr. fundou o jornal literário TENTATIVA, que teve grande repercussão nacional e internacional.  (Um jornal de Lisboa publicou um artigo afirmando que em uma pequena cidade perto de São Paulo havia um movimento literário mais importante do que o da capital de Portugal). O primeiro numero de TENTATIVA, que era impresso em Atibaia na Tipografia Contezini, tinha uma apresentação de Oswald de Andrade. O jornal (na época considerado o melhor jornal literário do Brasil) publicava em suas edições colaboração dos maiores nomes da literatura nacional e também de Portugal e América Latina.  Tinha correspondentes estrangeiros em Paris, Buenos Aires, Lisboa e nas principais capitais brasileiras.  

A importância de TENTATIVA  provocou recentemente (1996) o interesse histórico da UNIR - Fundação Universidade Federal de Rondônia que, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, CNPq, financiou a pesquisa para o estudo do jornal TENTATIVA,  tese aprovada e publicada com o título “REVISÃO DA CRÍTICA E HISTORIA DO JORNAL ‘TENTATIVA’, de Atibaia, Est. S.Paulo.    

Em 1955, no aniversário da fundação de Atibaia, com Ruth Diem e Dulce Carneiro, organizou a “1ª Exposição Oficial de Pintura de Atibaia”. Havia originais de Aldo Bonadei, Cicero Dias, Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Flexor, Milton Dacosta, Anita Malfatti, Aldemir Martins, Quirino da Silva, Maria Leontina, Sergio Milliet e Walter Levy. Como eles são hoje nomes de repercussão internacional, só o seguro de suas obras tornaria inviável uma segunda exposição tão extraordinária.  

Em 1949 o grande poeta Cassiano Ricardo, através do CLUBE DE POESIA, do qual era presidente, publica o primeiro livro de poesia de André Carneiro, ÂNGULO E FACE, que ganhou prêmios e teve sucesso nacional e fora do Brasil. O maior crítico do país, Sérgio Milliet, escreveu: “André Carneiro foi um poeta de Atibaia, é agora um poeta de São Paulo e será, certamente, um poeta do Brasil”. Stephen Spender, um dos maiores poetas do mundo, recentemente falecido, afirmou sobre um poema de A.C. (lido em tradução inglesa): “Este poema de A.C. eu gostaria de ter assinado”. 

Pelo sucesso de “Ângulo e Face” foi homenageado em São Paulo, por iniciativa de grandes escritores como Oswald de Andrade, Sérgio Milliet, Cassiano Ricardo e Luiz Martins. Seria muito longo detalhar sua carreira como poeta, que constitui a parte mais importante das suas inúmeras atividades artísticas.  

Ganhou prêmios no estrangeiro e alguns dos mais importantes prêmios nacionais (como o “Machado de Assis, do Rio de Janeiro e o considerado mais importante do Brasil, prêmio nacional NESTLE,  1988, com o livro “Pássaros Florescem”, atualmente em segunda edição pela Editora Scipione, cuja tradução em inglês foi lançada em janeiro de 98, nos Estados Unidos, com o título de “Birds Flower”, traduzido por Leo  L. Barrow, professor da Universidde do Arizona). 

André Carneiro tem hoje uma produção poética das mais importantes, com ainda doze livros inéditos, cujo estudo provocou a TESE DE MESTRADO para o título “Mestre em Letras”, do professor de Literatura Osvaldo Duarte, trabalho que lhe custou cinco anos e foi aprovada com louvor pela UNESP - Universidade Estadual Paulista, com o título: -O ESTILO DE ANDRÉ CARNEIRO - Sua expressão, temas recorrentes e aproximação com a Geração de 1945.  

Existem poemas de André Carneiro traduzidos e publicados em mais de oito línguas.  

Foi convidado e compareceu em dezenas de Congressos de Literatura, de Cinema, Parapsicologia e Ficção Cientifica, em vários estados brasileiros, tendo defendido teses e participado das mesas diretoras dos trabalhos.  

Já fez pesquisas independentes (Ganzfeld) de Parapsicologia no Instituto Quevedo, com os Drs.pesquisadores Bruno Fantoni e Paulo Urban. É um dos poucos membros nacionais do Parapsychological Association, a mais respeitada instituição internacional de Parapsicologia, com sede nos Estados Unidos.  

Pronunciou conferências das suas especialidades e deu cursos em  diversas Universidades brasileiras, em São Paulo, Brasília, Florianópolis, Rondônia Baia e Paraíba. também pronunciou conferências em duas ocasiões na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, Paris, França e Buenos Aires, Argentina.  

Em São Paulo, nos últimos anos, ministrou Oficinas Literárias (incluindo Parapsicologia) patrocinado pela Prefeitura e pelo Governo do Estado. 

Possui o título de “Membre D’Honneur” da “Academie Ansaldi”, de Paris e recebeu Medalha de Prata da “Sociéte D’Éducation et Encouragement” com o patrocínio do Ministro da Educação Nacional francesa.  

Por muitos anos foi membro do Conselho Estadual de Cultura,  de São Paulo.

Membro do Clube Bandeirante de Fotografia Artística, de São Paulo, ganhou dois Concursos Nacionais de Fotografia, tendo exposto seus trabalhos nas exposições itinerantes em diversos estados e nos Estados Unidos.  

Suas fotos artísticas, publicadas no jornal “O Estado de S. Paulo” e em diversos livros especializados, também foram premiadas com medalha de ouro em concurso na Itália e diploma e publicação na Holanda.  

Pintor e desenhista, entrou em uma Bienal e expôs na Av. Paulista, no salão do SESC. Também fez exposições de poemas-colagens,  de sua autoria.  Faz capas de livros e já fez folhetos e posters de propaganda (como o celebre de Atibaia, com a foto colorida de uma jovem contemplando a cidade), distribuído pelo Departamento de Cultura de São Paulo em todo o Brasil.

Foi diretor de Edições da Editora EDART e do Clube de Poesia, do qual também foi presidente, assim como foi eleito para diversos cargos na União Brasileira de Escritores. Sua atuação no cinema nacional começou com filmes artísticos de pesquisa. Ganhou vários prêmios e um dos filmes, “Solidão”, representou o Brasil em Festival na Inglaterra, tendo sido projetado na França e Itália.

Seu conto “O Mudo” foi transformado em roteiro e produzido um sofisticado filme de longa metragem pela Embrafilme, dirigido por Júlio Silveira, com Nuno Leal Maia e Míriam Rios.  

Também do seu conto “O homem que hipnotizava” a TV Globo fez um “caso especial” que, embora amplamente anunciado, não foi ao ar por proibição da censura do governo militar.  

Em 1996, junto com outros de Atibaia que se destacaram no cinema nacional, como Tizuka Yamasaki, foi homenageado em Atibaia, tendo projetado um dos seus filmes no Cine Teatro Atibaia, com seção de debates. 

No cinema profissional André Carneiro se destacou principalmente como roteirista. Ganhou diversos prêmios nacionais, como com “Os Pereyras” no Concurso Nacional de Cinema do Quarto Centenário de São Paulo. Trabalhou como roteirista de diversos grandes nomes nacionais como Roberto Santos e Abílio Pereira de Almeida. Seu roteiro mais importante “A vida de Meneghetti”, através de Olivier Perroy, foi vendido para o grande produtor italiano Carlo Ponti, que, infelizmente, não realizou o filme por ter tido um grande prejuízo no Brasil.  

Foi diretor de propaganda da CACIQUE, onde dirigiu o lançamento do Café Pelé, fez inúmeros comerciais de propaganda na televisão e curtas metragens (inclusive para um cliente americano). Como Professor de Roteiros, no SENAC, dirigiu o Roteiro Piloto de “DEU TRAMPO”.  Esse seriado, foi transmitido pela  TV a cabo SENAC. Simultaneamente com  seus estudos e pesquisas na Parapsicologia, se destacou como um dos teóricos e pesquisadores científicos no setor da HIPNOSE.

Fez experiências com a possibilidade de “parto com data marcada” através da hipnose, narradas nos seus livros “Manual de Hipnose” e “No Mundo Misterioso do Hipnotismo”.  

Sua atuação como escritor de ficção científica tem provocado, até hoje, repercussão internacional. Em 1967 seu ensaio “Introdução ao Estudo da Science Fiction” foi o primeiro livro aparecido no Brasil sobre o assunto (em segunda edição, em 1998). Seus contos e romances, em inúmeros livros, foram traduzidos  e publicados em revistas, antologias e livros (como o romance “Piscina Livre”, na Suécia) nos Estados Unidos, França, Canadá, Alemanha, Bélgica, Hungria, Itália, Japão, Espanha e Suécia.  

André Carneiro é o único membro, em toda a América do Sul da “Science Fiction and Fantasy Writers of America”, com direito de voto no prêmio “Nebula”, espécie de Nobel mundial da F.C. Em uma edição universitária americana “A contemporary literature program” sua literatura aparece ao lado de alguns prêmios Nobel e escritores célebres de todo o mundo como Alexandre Solzhenitsyn, Gabriela Mistral, Anton Chekhov, Bertold Brecht, Rabindranath Tagore, D.H. Lawrence, Jacques Prévert, Gandhi e Aldous Huxley. 

A maior editora dos Estados Unidos, “Putnam”, publicou um seu conto na antologia “Seleção dos melhores do mundo em 72”, com citação do seu nome na capa como “internacional master”.

No II Festival Internacional do Filme, no Rio, em 1969, foi presidente do Simpósio Internacional (tendo havido a coincidência, que ele destaca, de ter assistido “Metrópolis”, ao lado de Fritz Lang e “2001” ao lado de Arthur Clark). 

Para quem navega na Internet fotos e biografias mais explicitas de André Carneiro podem ser encontradas em vários endereços, como:

      www.jmonteiro.org.br - São Carlos

 

 

Veja poesia, escrita de próprio punho, dedicada à Aladia Leite

Em 04 de novembro de 2014 faleceu em Curitiba (veja publicação de seu filho, Henrique Carneiro, no Facebook)

 
 
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